Problemas nas contas públicas, garantias e impostos: as razões dos juros altos no Brasil

Problemas nas contas públicas, garantias e impostos: as razões dos juros altos no Brasil

O Banco Central (BC) interrompeu o processo de redução da taxa de juros e não deve retomar esse movimento de alívio tão cedo. Essa é a opinião de economistas entrevistados pela CNN no primeiro episódio da série “O Nó dos Juros”, que começou a ser exibida nesta segunda-feira (8) no CNN Prime Time.

Sem sinais confiáveis de uma melhora consistente na situação fiscal no Brasil e com as incertezas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos, a taxa Selic deve permanecer em 10,5% até que esses fatores fiquem mais claros. Por enquanto, nada muda nesse cenário.

“Eu acredito que, no curto prazo, o Brasil irá continuar sendo, infelizmente, um país com altas taxas de juros. É muito improvável que voltemos nos próximos anos a uma taxa Selic de 4,5%, como foi em 2019”, afirma o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega.

O ex-presidente do BC Gustavo Loyola concorda: “Obviamente, ninguém gosta de juros altos. Então existe uma pressão pela redução dos juros. O Banco Central sabe disso, isso é de conhecimento público. Mas isso não altera muito a convicção do BC”.

Historicamente, analistas citam três grandes razões para os juros elevados no Brasil:

1. As contas públicas deficitárias, que injetam mais dinheiro na economia, pressionando a inflação.
2. O aumento da dívida pública, que gera incerteza e também acelera a inflação, influenciando a taxa Selic.
3. A falta de garantias nos empréstimos no Brasil e a carga tributária elevada na atividade bancária, especialmente no crédito, pressionando as taxas para cima.

Além disso, a política monetária dos Estados Unidos também tem grande influência sobre as decisões do BC no Brasil. O mundo financeiro havia se preparado para alguns cortes de juros nos EUA em 2024, o que poderia impactar positivamente os juros no Brasil. No entanto, com a inflação ainda pressionada nos EUA, a redução da taxa americana poderá ser apenas em um corte neste ano, diferente da expectativa inicial, o que restringe o espaço para o corte de juros no Brasil.

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