Enel confirma a Lula investimento de R$ 20 bi para acabar com apagões
A Enel, enfrentando uma deterioração na sua imagem devido a repetidos apagões nos últimos meses, comprometeu-se a investir R$ 20 bilhões entre 2024 e 2026 nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, visando reduzir as interrupções de energia. O anúncio foi feito após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunir com o diretor-geral da Enel, Flavio Cattaneo, durante uma viagem à Itália.
Lula enfatizou em uma coletiva de imprensa que a renovação do acordo depende do compromisso da empresa em realizar esses investimentos substanciais. “Eles se comprometeram a aumentar os investimentos de R$ 11 bilhões para R$ 20 bilhões nos próximos três anos, assegurando que não haverá mais apagões onde quer que sejam responsáveis”, declarou o presidente.
Segundo Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apresentará uma proposta na próxima semana para discutir os termos da renovação. “São Paulo, sendo a maior cidade e a mais importante do país, não pode ficar sem energia”, acrescentou.
Em abril, a Enel já havia anunciado um investimento de US$ 3,7 bilhões para melhorar a estabilidade do fornecimento de energia nas áreas sob sua operação, equivalente a cerca de R$ 20 bilhões. Recentemente, o governo vinculou a renovação das concessões à ampliação desses investimentos.
Atualmente, o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil da Presidência discutem os critérios para renovar 20 concessões na área de energia que expiram a partir de 2025. Além da Enel, as empresas CPFL Energia, Neoenergia, Equatorial e Energisa também terão seus contratos renovados, controlando quase dois terços do mercado de distribuição de energia no Brasil.
Após os apagões que afetaram a região metropolitana de São Paulo em novembro, a Enel foi multada duas vezes: em fevereiro pela Aneel, em R$ 168,5 milhões, e em abril pelo Procon SP, em R$ 12,9 milhões, devido a falhas no serviço de energia na capital paulista.
Esta semana, a filial da Enel no Rio de Janeiro foi multada em R$ 13,067 milhões pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública, devido à frequência das interrupções no serviço e à demora na sua recomposição.
Em São Paulo, a Enel enfrentou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal, que exigiu a rescisão do contrato com a empresa e solicitou investimentos de R$ 6,2 bilhões na rede elétrica da cidade. Em abril, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve uma liminar que obriga a companhia a reduzir os incidentes de falta de luz no estado.