Irmãos são autuados por homicídio triplamente qualificado e flagrantes são convertidos em prisões preventivas

Irmãos são autuados por homicídio triplamente qualificado e flagrantes são convertidos em prisões preventivas

A Polícia Civil indiciou os dois irmãos, responsáveis pelo assassinato de Raquel Maziero Cattani, por homicídio qualificado por feminicídio, promessa de recompensa e emboscada, com meio que dificultou a defesa da vítima.

Ambos passaram por audiência de custódia na noite desta quinta-feira (25.07), na Comarca de Nova Mutum, e tiveram os flagrantes convertidos em prisões preventivas, após a representação encaminhada pela Polícia Civil.

Rodrigo Xavier foi indiciado ainda pelo crime de furto, pois subtraiu da residência de Raquel Cattani diversos pertences, entre objetos pessoais, celular e uma motocicleta. O veículo foi localizado submerso, nesta quinta-feira, no Rio Verde, no município de Lucas do Rio Verde. Parte dos pertences levados da vítima foram encontrados na casa dele e depois reconhecidos por familiares da vítima, na delegacia.

Romero e Rodrigo Xavier Mengarde foram presos em flagrante na noite de quarta-feira (24), após a investigação, coordenada pelas Delegacias de Nova Mutum, apontá-los como mandante e executor do assassinato. O mandante do crime foi detido no sítio de propriedade do ex-sogro, no assentamento Pontal do Marape, em Nova Mutum. Já o irmão dele foi preso na cidade de Lucas do Rio Verde.

Diligências

Na investigação sobre o crime, que envolveu equipes das Delegacias Regional, Municipal e a Especializada de Roubos e Furtos de Nova Mutum, foram ouvidas ou interrogadas 150 pessoas, no período de seis dias de diligências.

Os policiais ouviram familiares da vítima, amigas, vizinhos, trabalhadores de empresas da região, moradores do assentamento Pontal do Marape e pessoas que tiveram contato com o mandante do crime, o ex-marido da vítima.

O esforço investigativo, coordenado pelos delegados Edmundo Félix e Guilherme Pompeo, analisou imagens de câmeras de segurança da vila onde a vítima tinha um sítio e das cidades da região, como São José do Rio Claro e Tapurah.

Na tentativa de enganar as investigações, o mandante do crime criou álibes, como almoço com os ex-sogros, churrasco com pessoas com as quais não tinha convivência estreita e a ida a boates na cidade de Tapurah, entre a tarde e a noite de execução do crime, com a intenção de reforçar que não seria considerado o principal suspeito do homicídio.

Porém, no decorrer das diligências, as equipes policiais reuniram evidências que permitiram chegar aos dois envolvidos no crime brutal – Romero, mandante e ex-marido da vítima, e seu irmão Rodrigo, o executor do crime que montou a cena na residência de Raquel para que a Polícia Civil acreditasse que o crime teria motivação patrimonial.

Simulação de latrocínio

Para fazer a polícia acreditar que se tratava de um possível latrocínio, após matar a vítima, o executor do crime quebrou uma televisão e a jogou para fora da casa, e levou alguns objetos pessoais e a motocicleta de Raquel. Esse fato chamou a atenção dos policiais.

“Essa evidência sugeriu que aquele televisor foi deixado de propósito fora da casa com o objetivo de dificultar a investigação”, destacou o delegado.

A equipe policial apreendeu na casa da vítima um televisor que continha também algumas marcas de pegadas.

Crime pago

Rodrigo Xavier evitou o contato com a Polícia Civil diversas vezes. Na quarta-feira, a Derf de Nova Mutum realizou diligência em Lucas do Rio Verde, onde a esposa de Rodrigo autorizou a entrada dos policiais na casa e o suspeito ficou nervoso com a presença das equipes.

Da porta que estava aberta, os policiais observaram um frasco de perfume feminino, em cima de uma bancada. Na casa foram encontrados frascos de perfume, um aparelho de som, um cinto, um porta celular e uma faca, todos os objetos pertencentes à vítima.

Diante da clara suspeita, Rodrigo confessou o homicídio de Raquel Cattani. Aos policiais, ele declarou que o irmão lhe pagou R$ 4 mil para que cometesse o crime e fizesse parecer um roubo seguido de morte. Ouvido em interrogatório, Rodrigo confirmou que do valor recebido do mandante, ele usou R$ 1,5 mil para a compra de um veículo.

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